Isso Aqui É Uma Guerra - Video Clip (Oficial)
Do cd "Versos Sangrentos" do grupo Facção Central muitas músicas se destacaram. Mas, uma em especial, não se destacou por ser a mais tocada, ou a que mais fez sucesso. Destacou-se pela polêmica que gerou, com sua letra e clipe, mostrando a mais pura realidade cotidiana da perfiferia. Porém, alguns não tiveram a capacidade de entender tanto música, quanto clipe, e sentindo-se ameaçados com as duras criticas ao sistema, resolveram censurar o clipe, proibindo sua veiculação na tv, e proibindo a música, de ser veículada, tanto na tv, quanto nas radios.
Abaixo, segue-se um texto que foi retirado da internet, que pode esclarecer algumas dúvidas sobre este fato:
A Proíbição: (2000)
Muito se falou sobre a apreensão do videoclipe "Isso Aqui É uma Guerra", do grupo de rap Facção Central. A inevitável bandeira da censura à livre manifestação artística e ao pensamento foi a vedete da questão entre discussões sobre ética e glamourização da violência nos meios de comunicação.
A medida cautelar que proíbe o clipe, de autoria do promotor Maurício Lemos Porto Alves, alterou os humores da comunidade hip-hop. Afinal, depois da censura ao clipe, veio a censura à música, que já havia tocado por seis meses nas rádios especializadas sem sofrer qualquer represália.
Para Eduardo, líder do Facção Central, o fato pode provocar a "liberdade monitorada" do rap nacional. Uma espécie de censura permitida, sob a égide da intolerância à música de protesto. Quando questionado sobre o conteúdo violento do clipe, Eduardo ataca: "Nós fizemos o clipe. Não tem nenhuma intenção (...) em maquiar, em ser um clipe bonitinho, ou agradar."
A questão na qual se apóia a defesa do Facção é que o clipe tenta mostrar a realidade do ponto de vista da periferia e, ao contrário dos que afirmam que o vídeo faz apologia à violência, conduzir o espectador para uma "moral da história".
"A gente colocou ali uma denúncia. O clipe está mostrando que uma pessoa esquecida na periferia pode vir a se tornar um bandido perigoso (...) E no final (do vídeo), um bandido é preso e o outro é morto, mostrando que a vida do crime não compensa", afirma Eduardo.
Mas as cenas de violência de "Isso Aqui É uma Guerra" são contestadas até mesmo pelo diretor de programação do "Yo! MTV". Segundo Daniel Benevides, "a música do Facção Central é ideológica. Eles estão promovendo a violência mesmo." A recomendação dele era que o clipe passasse com um tarja "tipo o Ministério da Saúde adverte" e não exibir o vídeo na reprise da manhã.
"Surgiu na MTV uma discussão se isso é censura ou não. Eu acho que a MTV é um canal para jovens. A gente tem uma responsabilidade com o nosso público. Não é censura, é ética. Não dá para falar com um garoto de 14 anos que é legal matar", diz.
Eduardo rebate: "O clipe passou por eles, e eles têm critério para definir o que deve ser passado na televisão ou não. (...) É um clipe para mostrar a verdade. Deveria ficar a critério deles se era muito pesado ou não. (...) Nós mostramos. Eles entenderam. Acharam, por bem, colocar."
Ética
O termo glamourização da violência, cunhado depois da onda de filmes violentos que tomou conta da fogueira das vaidades do cinema americano, foi o que mais se ouviu durante o inquérito do estudante Mateus da Costa Meira. Chamado de "atirador do shopping" pela imprensa nacional, o estudante matou três pessoas durante a exibição do filme "Clube da Luta", em novembro do ano passado, e a notícia foi mais que explorada por todos os meios de comunicação, das revistas semanais à Internet.
A mesma exploração da violência ocorreu na cobertura do seqüestro do ônibus 174 no Rio de Janeiro, quando a professora Geisa Firmo Gonçalves e o assaltante Sandro do Nascimento foram mortos numa ação desastrada da polícia. Visibilidade justificada em termos jornalísticos. "O clipe poderia ser veiculado depois da meia-noite com reservas, tarjas e tal. Afinal, é representativo de uma parcela do hip-hop. E o púbico da noite tem mais discernimento", esclarece Benevides.
Com todo este turbilhão, o Facção conseguiu se impor e, claro, vender muitos discos. Foram 12 mil cópias vendidas do álbum "Facção Central", segundo informações da MTV. Mas Eduardo parece não se importar com o aumento do número das vendas. "Tem cara que almeja vender um milhão de discos. No nosso caso, a gente queria o respeito da periferia e isto a gente já tinha desde o primeiro disco", diz.
Isso Aqui é Uma Guerra
Tire suas próprias conclusões, assistindo ao vídeo clipe.
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